Interdisciplinariedade na resposta a intervenções em hábitos de vida para redução de risco cardiometabólico e a influência da depressão [depoimento e entrevista]

Data

2016

Idioma

Português

Assunto

INTERDISCIPLINARIDADE
ESTUDOS DE INTERVENÇÃO
CARDIOPATIAS (METABOLISMO;PREVENÇÃO E CONTROLE)
FATORES DE RISCO
DEPRESSÃO
INFLAMAÇÃO
MODO DE VIDA
DIABETES MELLITUS NÃO INSULINO-DEPENDENTE
ESTUDOS LONGITUDINAIS

Fonte

Depoimento e entrevista baseados na dissertação/tese defendida na FSP/USP (http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-26052015-091135/).

Direitos

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Formato

mp3

Entrevistado

Cezaretto, Adriana

Duração

4 min 36 seg (depoimento), 4 min 52 seg (entrevista)

Entrevistador

Malinverni, Cláudia

Editor de som

Okawa, Sérgio Hissao

Coordenador

Conceição, Maria Imaculada da

Produtor

Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

Local

São Paulo

Resumo da tese

Introdução: Doenças crônicas não transmissíveis representam as principais morbidades da atualidade, dentre estas o diabetes mellitus (DM) tipo 2 e a depressão, as quais encontram-se frequentemente associadas. Ambas contribuem para complicações cardiovasculares e mortalidade. Há evidências de que intervenções comportamentais trazem benefícios cardiometabólicos e psicológicos. Objetivos: Para avaliar intervenção no estilo de vida, este estudo incluiu: 1) revisão sistemática e metanálise destinada a investigar os efeitos de intervenções no estilo de vida na melhora da depressão em indivíduos de risco ou com diabetes mellitus tipo 2; 2) comparação do efeito de duas intervenções no estilo de vida sobre o risco cardiometabólico e na retenção dos indivíduos ao programa; 3) análise do papel da depressão na resposta cardiometabólica às intervenções, mediada pela inflamação e; 4) avaliação do efeito residual 9 meses após término das intervenções quanto às respostas de variáveis clínicas, qualidade de vida (QV) e depressão. Métodos: Para revisão sistemática os principais bancos de dados bibliográficos foram pesquisados, sendo a meta-análise conduzida por modelos de efeito aleatório. O estudo longitudinal incluiu adultos pré-diabéticos, submetidos a 18 meses de intervenção tradicional (TRD) ou interdisciplinar com psicoeducação (INT) para mudanças em hábitos de vida, sendo os dados coletados (antropometria, pressão arterial, perfil bioquímico e marcadores de inflamação PCR, TNF-, adiponectina) no momento basal, 9 e 18 meses, bem como 9 meses após o término do acompanhamento (27 meses). Dieta foi avaliada por recordatórios de 24h, atividade física pelo Questionário Internacional de Atividade Física , depressão pelo Inventário de Beck e a QV pelo Medical Outcome Study Short Form 36 itens. Os momentos e os tipos de intervenção foram comparados por modelos lineares de efeitos mistos. Teste t Student foi aplicado para comparações entre médias, qui-quadrado para avaliar frequências e coeficientes de Pearson ou Spearman para correlações, complementados por análise de regressão múltipla. Resultados: Revisando sistematicamente o efeito na depressão de intervenções, encontrou-se na meta-análise, que em indivíduos com DM, mudanças no 10 estilo de vida reduzem significativamente os escores de depressão (SMD=-0.151; IC: - 0.253, -0.049). Entre os 183 indivíduos que compuseram nossa amostra, 46 por cento tinham sintomas depressivos, e eram predominantemente do sexo feminino, com maior adiposidade e menores escores de QV. Após 18 meses de ambas as intervenções, houve redução nos escores de depressão. Comparada à TRD, a INT provocou maior redução no consumo energético, adiposidade, níveis de pressão arterial, e maior aumento na atividade física e concentrações de adiponectina. Desistentes aos 18 meses apenas da TRD apresentaram pior perfil de saúde e maior escore de depressão, comparados aos que se mantiveram neste subgrupo. Em regressão linear múltipla, a depressão apenas nas mulheres associou-se a não melhora metabólica ao longo de 18 meses e tal associação não foi mediada pela inflamação. Aos 27 meses, apenas a adiposidade diferiu entre as intervenções. A QV e depressão mantiveram-se com melhora aos 27 meses em ambas. Discussão: 1) A metanálise sugere que intervenções no estilo de vida para manejar o DM são efetivas na melhora da depressão. É essencial que este grupo de risco seja rastreado regularmente. 2) Intervenção interdisciplinar com abordagem psicoeducativa mostrou-se útil em atenuar o risco cardiometabólico e na retenção de indivíduos com pior perfil de saúde. 3) Presença de depressão pode predizer menor chance de melhora no perfil cardiometabólico em longo prazo, particularmente entre as mulheres. Maior atenção ao diagnóstico e manejo da depressão deve ser dada a este subgrupo de maior risco. 4) Intervenção interdisciplinar melhorou a QV e reduziu depressão, bem como manteve o peso dos participantes após 9 meses da interrupção do programa, contribuindo para melhora continuada das condições de saúde biopsicossociais. Conclusão: Em geral, intervenção no estilo de vida é eficaz para melhorar o perfil metabólico e depressão, além de ser capaz de manter em tratamento indivíduos com pior estado de saúde. Não se pode comprovar ou afastar que a inflamação media tais benefícios. Esta estratégia é promissora para motivar indivíduos de maior risco na adoção de hábitos saudáveis em longo prazo. Profissionais da saúde e gestores de políticas públicas devem conhecer os efeitos deletérios da depressão no manejo de indivíduos de risco cardiometabólico. Diagnóstico e tratamento da depressão devem contribuir para otimizar o tratamento de distúrbios cardiometabólicos

Coleção

Referência

“Interdisciplinariedade na resposta a intervenções em hábitos de vida para redução de risco cardiometabólico e a influência da depressão [depoimento e entrevista],” e-Coleções FSP/USP, acesso em 27 de abril de 2024, https://colecoes.abcd.usp.br/fsp/items/show/2963.

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