A racionalidade da mercantilização da doença [depoimento e entrevista]

Data

2009

Idioma

Português

Assunto

MEDICAMENTO (ASSISTÊNCIA;POLÍTICA)
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
MERCANTILISMO

Fonte

Depoimento e entrevista baseados na dissertação/tese defendida na FSP/USP (http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6135/tde-24102008-160756/pt-br.php).

Direitos

É autorizado o armazenamento e disponibilização em bases de dados para acesso universal, uso por rádios comunitárias e mídia em geral, por período indeterminado, desde que de forma gratuita e visando a educação e a promoção da saúde. Os créditos e o mérito pelo trabalho devem ser atribuídos adequadamente.

Formato

mp3

Entrevistado

Cunha, Marcelo Ferreira Carlos

Duração

3 min 10 seg (depoimento), 6 min 01 seg (entrevista)

Entrevistador

Moraes, Aline

Editor de som

Santos, Amadeu dos

Coordenador

Gallo, Paulo Rogério

Produtor

Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo

Local

São Paulo

Resumo da tese

Resumo Na década de 90 se inicia um debate nos países de língua inglesa sobre uma nova forma de relação entre a indústria e a doença. O novo fenômeno em questão foi batizado de disease mongering (mercantilização da doença), no qual a estratégia básica da indústria é a ampliação dos limites da doença para o aumento de seu mercado consumidor. O debate deste fenômeno se estende com publicações pela década de 2000 discutindo como a indústria faz alianças com o governo, médicos e meios científicos que fortalecem o estabelecimento de concepções de doença que favorecem a venda de seus tratamentos. Propõe-se discutir esse fenômeno articulando-o a outros três conceitos: o uso racional de medicamentos, a medicalização e a racionalidade técnica. O primeiro para definir os critérios do uso racional de medicamentos e verificar se o fenômeno da mercantilização da doença proporciona relação de afastamento ou de a aproximação com esses critérios. O segundo para estabelecer a relação entre a mercantilização da doença e a medicalização da sociedade, a partir dos termos do próprio debate que definem a mercantilização da doença como uma forma de medicalização. O terceiro para se aprofundar naquilo que está na base do fenômeno da mercantilização da doença: a sobreposição de lógicas. Principalmente a sobreposição da lógica mercantil à lógica sanitária. Para isto, o estudo faz uma incursão pelos referenciais teóricos que examinam a racionalidade técnica, sobretudo a tradição crítica de Marcuse e Horkheimer. Na raiz dessas formulações, encontram-se o conceito de reificação, de Lukács, e o conceito de fetichismo da mercadoria, de Marx. Esses referenciais teóricos permitem discutir o sentido e o alcance da sobreposição de lógicas subjacente à mercantilização da doença. Como resultados, a pesquisa mostra que a mercantilização da doença desvirtua progressivamente os parâmetros fixados para o URM e que reforça a medicalização da ) sociedade. Nesse processo, a racionalidade técnica reconfigura a prática e o saber médicos. A mercantilização da doença permite vislumbrar, ainda, a colonização econômica de outras esferas da sociedade, tais como a educação, a política e a ciência, possibilitando que a esfera econômica colonize o sistema de saúde da sociedade contemporânea.

Coleção

Referência

“A racionalidade da mercantilização da doença [depoimento e entrevista],” e-Coleções FSP/USP, acesso em 12 de maio de 2024, https://colecoes.abcd.usp.br/fsp/items/show/3056.

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